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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Dias Contados - Crônica escrita por RedHair Ruby
Dias contados...
Os recentes acontecimentos pareciam ter tirado Red do seu ritimo, apesar de estar exausta, sentia uma ansiedade incontrolável. Limpou o bar e para não perder a viagem, encheu um copo de vodka até o talo e sentou-se no sofá, tirou os sapatos e enquanto massageava seus pés doloridos, uma serie de pensamentos começaram a inundar sua mente.
Confabulava alguns planos olhando exatamente para o nada com a parede a sua frente. Inquieta, levantou-se quase que em um transe e acariciou o pole, lembrando das importantes alianças que conseguira na festa recente de despedida de solteiro. Estava também entusiasmada com a recente parceria com o caótico shingooo.
Já no reino de Erebos mais um demônio acorda confuso, em um local sombrio e composto por imensas rochas, com luzes provindas de pequenos cristais. Ao seu lado escoa um rio de prata derretida. Até virar-se e dar de cara com o Grande Lorde Sargatanas lhe questionando “qual o seu limite? Até onde pode espalhar o caos entre os humanos?”. Obviamente essa era a missão e o pacto fora fechado. O destino dele? Lendas Urbanas.
Enquanto isso Red sentou-se no batente da boate, entre uma tragada e outra no seu cigarro amassado continuou a relembrar fatos recentes o que lhe despertou um misto de satisfação e raiva. Os ventos tocavam seus cabelos lhe proporcionando um calafrio instigante, no exato momento que questionava a respeito do sumiço do seu amigo Paraguai Salu, do quanto era divertido fazer as encomendas com ele e ficou preocupada, visto que o mesmo nunca mais atendera suas ligações. E foram muitas.
Naquela rua escura e deserta surge um demônio caminhando perambulando lentamente, sob forma de um homem alto com cabelos brancos, quase que um papai noel sinistro, que ficou um tempo parado na praça sentindo uma energia infernal vindo de algum lugar, quase que o puxando.
Nesse exato momento Red esmagava sua bituca de cigarro na calçada em frente a boate, quando olhou para frente e avistou o que parecia ser o único ser vivo naquela noite sombria, sentiu um forte zumbido no ouvido e pensou que deveria estar sendo causado por uma forte ventania. Entrou na boate e ficou curvada sobre a janela com o canto do olho vigiando aquele homem.
O homem grisalho seguiu sem temer em direção a boate, ainda tentando compreender o porquê de aquele lugar chamar tanto a atenção. Mas, ao ver o homem se aproximando pelas ruas, Red correu para trás do balcão com uma faca escondida em suas mãos e esperando que ele fosse só mais um alcoólatra que lhe traria bons lucros. A ruiva ofegava a ponto de ouvir o som do seu coração batendo. Sim caro leitor, demônios tem órgãos...
O homem entrou na boate avistou Red, atentou aos seus cabelos vermelhos e notou que ela estava nervosa, se aproximou dela ficando apenas separados pelo balcão do bar. Nesse momento, Red percebeu que se tratava de um Demônio, mesmo assim manteve-se com a faca em mãos. Sim, porque os demônios não são lá muito confiáveis, principalmente quando nunca se viram. Ela ameaçou sacudindo a faca em sua direção: “Ei capeta, fique mais distante, qual teu nome?qual é a tua?Isso são horas de visitinhas?”. Recepção calorosa não? Acho que Red não tinha muito talento como anfitriã.
Ao ver aquela cena, o homem deixou claro que a faca não o assustava e que se ele quisesse, poderia ter a certeza de que ela nem mais estaria com a faca em mãos. Foi direto ao ponto: “Chamo-me Vergil”. Como Red perde o demônio, mas não perde a piada circulou em volta do homem, parando em suas costas e sussurrou: “Vergil, nome interessante, por um instante achei que fosse ‘virgem’- sorrindo sarcástica e colocando a faca na mão do rapaz e dando-lhe as costas indo para o bar: “ “Quer beber uma vodka comigo ou me enfiar essa faca? Ta em suas mãos a escolha”-gargalhando ao mesmo tempo que se apresentava ao capeta recém chegado.
Por um instante, Vergil até que não achou má idéia esfaqueá-la, mas lembrou-se das ordens do Lord de trazer o caos para os outros seres e não para seus semelhantes. Enquanto servia drink’s para ambos e escutava o rapaz falar sobre sua missão, levantou as sobrancelhas, entortou a boca entreaberta e soltou um sonoro “ahnnn”. Achando uma estranha coincidência, visto que era o segundo caótico que chegara naquele dia fora dos padrões: “...como pretende cumprir sua missão aqui? Basta me dizer e te direi como”- sorrindo brevemente com feição cínica. Enquanto encaminhava o Homem para uma mesa próxima.
Enfiou o indicador no copo caçando o gelo e em seguida chupou o dedo ainda fitando o rapaz nos olhos. Comentou com Vergil da sua recente viagem a umbra guiando um dos dele (shingooo). Concluiu que as missões dos três estavam completamente interligadas. Em seguida deixou Vergil por dentro de todos os acontecimentos do feudo e da cidade.
Enquanto fumavam um cigarro naquela madrugada chuvosa, Red gabava-se da pichação na igreja, e como uma boa tentadora, mostrava o lado positivo de continuar os ataques a mesma. Estava muito curiosa com o que poderia conseguir de Vergil e começou a atentá-lo para os seus pecados mais profundos, dizendo ao homem: “Tenho planos, muitos confesso. Existe uma máfia na cidade chamada Cosa Nostra, tenho meus contatos por lá, porém não atendem mais meus telefonemas. O feudo tem causado demais na cidade, sinto que é hora de me poupar por um tempo, sabe? Geladeira entende? Mas posso ajudar você e Shingooo a gerar caos na cidade, eu mesmo sendo tentadora, só tenho feito isso, porque essa cidade é um tédio. Sim caro Vergil é por ai, ta vendo ali?”-apontando com o cigarro na mão- “La esta a igreja? Feinha né? Eu realmente acho que podem fazer uma boa reforma por lá”-gargalhando.
De faro Vergil já caíra em tentação ouvindo isso, já estava ansioso para colocar em pratica o que lhe dava mais prazer: caos. Preste bem atenção, isso foi um pacto entre demônios, sutil, mas foi. Continuando a tentar o mais novo demônio em seus desejos mais profundos contou que o outro caótico que chegara, tinha profundos conhecimentos em química e era desastrado: “Tem coisa melhor do que um projeto químico desastroso?”- sorrindo imaginando a cidade em chamas, pessoas em pânico, gritando com aquelas vozezinhas insuportáveis.
Red queria de fato ver ate onde os dotes químicos de Shingooo e a ousadia de Vergil poderiam ir. Enquanto ela mordia a boca ansiosa para começar a bagunça, ele já planejava as inúmeras possibilidades que teriam: “Pânico, desespero, fogo um minha cara Red quase tive um frenesi ao ouvir essas possibilidades e o meu potencial pode ter certeza que você vai se surpreender comigo.”
Entrelaçaram os braços e caminharam até o que seria o aposento do rapaz, Red sugeriu aumentar a segurança do bar com os serviços dele, como forma dele ajudar o feudo: “sua viagem foi longa e você deve estar bem descansadinho amanhã. Confie em mim”-sorrindo sarcástica.
Chegou na porta do quarto despediu-se de Vergil com um beijo na testa e pensou *mais um pupilo, agora sim meus planos vão adiante*. Se dirigindo para seu quarto querendo ter finalmente uma boa noite de sono. O Homem serio e calculista apenas sussurrou “Bom então amanha daremos continuidade aos planos ate então “- entra no quarto e se deita na cama se concentrando para começar a criar um plano mirabolante.
Recordando...uma tentadora...dois caóticos ansiosos para cumprirem as missões determinadas por seus respectivos Lordes...
Ah caro leitor, conhece Lendas Urbanas? Não? Sugiro um ‘tour’ por cada canto dessa cidade. Sinto-lhes informar que tenho quase a convicção que essa cidade esta....digamos...com os dias contados.
Crônica escrita por RedHair Ruby
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