NahH Lauria....
Jovem nascida nos subúrbios de Moscou.
Filha de Katy Allen e Alex Thour, casal humilde, que vivia em constantes brigas devido o alcoolismo de Alex, o qual fazia com que chegasse em casa todos os dias completamente embriagado e violento.
Agredia minha mãe, se esta reclamasse. Mas não à mim, pois sempre disse que eu era a sua princesa.
Numa noite fria de Moscou , Katy preparava uma sopa de poucos legumes que ainda restavam na geladeira com alguns pães amanhecidos que haviam na dispensa.
Eu me levantei para ir ao quarto, quando então escuto gritos de katy vindos da sala de jantar, corri de maneira discreta até a brecha da porta onde visualizei um indivíduo que nunca havia visto, ele pedia dinheiro a Katy, coitada, mal tínhamos dinheiro para comer. Ele estava armado.
Katy me viu, e fez sinal com as mãos de que eu voltasse para o quarto, obedeci e me escondi no armário, porém ouvia tudo o que acontecia.
Ele insistia em querer dinheiro e Katy afirmava que não tinha e então ele ameaçava mata-la.
Não conseguia acreditar no que ouvia, eu com apenas 9 anos de idade não sabia o que fazer.
Não poderia imaginar que naquela noite, tudo acabaria e que minha vida estava prestes a mudar.
Ouço a porta abrindo; Era meu pai, que para variar estava embriagado, o assaltante se assustou e sem hesitar disparou a arma de fogo que possuía, ouvi alguém caindo ao chão. Era Alex atingido no peito e morreu de imediato.
Nesse momento Katy se desesperou, livrou-se do atirador que novamente sem hesitar disparou contra ela.
O tiro acertou nas costas e ultrapassou seu peito.
O assaltante transtornado saiu da casa e correu entre os becos. Todavia, há alguns metros foi morto pelos policiais que faziam a ronda noturna.
Quando, apenas o silêncio ecoava em meus ouvidos, decidi sair do armário. Ao chegar na sala de jantar, me deparei com a cena de meus pais mortos, ali, diante de meus olhos.
Não sabia o que fazer, mas sabia que não podia continuar ali.
Mas antes que eu pudesse fugir do local, os policiais chegaram à casa, e me encontraram debruçada no peito de minha mãe, ainda quente.
Me levaram para um orfanato, que particularmente o intitulo de “casa dos horrores”.
Recebia comida, apenas nas horas exatas e acredite, eu preferia dormir com fome. Era horrível.
Todas as meninas tinham que limpar o local, e se a inspetora não achasse bom , teríamos que novamente fazê-lo até conseguirmos a aprovação.
Dividíamos as camas, pois não era suficientes.
Com 12 anos de idade, decidi que não mais ficaria ali, então fugi.
Não tinha ideia de como seria minha vida nas ruas, mas sempre pensei que pior do que estava não poderia ficar. Passei fome, frio, doença.
Conheci pessoas boas, ruins, tive que escapar de situações perigosas, aprendi a viver.
em uma noite qualquer conheci Daniel, viciado em crack, eu provei também e gostei. Me fazia esquecer a maldita realidade em que vivia.
Mas Daniel não era como eu. Era jovem de classe média alta. Ele me levou para sua casa, sua mãe a doce Mag, altamente compreensiva ouviu minha história, se compadeceu e quis me ajudar.
Cuidou de mim, me deu roupas, comida, uma cama. Nossa uma cama, eu já não fazia ideia do que era dormir em uma cama.
Me ensinou a ler, a escrever. Ela foi um anjo em minha vida. Aprendi tudo o que precisava.
Mas descobri que eu tinha nascido para ser livre.
Aprendi tudo na vida da pior maneira.
Aprendi que na vida, seu valor é proporcional ao que você é; E eu? Eu era nada.
Hoje, vago por cada esquina, vou onde o destino me chama.
Faço um bico ali, outro acolá, sobrevivo, vivo um dia de cada vez, Porém é fantástico.
Já conheci quase o mundo inteiro.
Minha simpatia me ajuda, consigo carona, comida.
Um dia, descobri que possuía uma voz doce para o canto. Na verdade jack descobriu.
Jack, era um senhor de idade que conheci em alguma de minhas andanças. Me ouviu cantar e elogiou. Jack me ensinou violão e me presenteou com um.
Agora, quando precisava de dinheiro parava em qualquer praça principal, tomava posse de meu violão e cantava algumas canções, sempre me rendia uma grana extra.
Não era muito, mas o suficiente para comprar um lanche na padaria e pagar um local para dormir e tomar um banho.
E assim vivo cada dia da minha vida, como se fosse o último, amo, choro, sinto, e faço valer a pena.
Hoje conheci New York, a cidade é agitada, porém receptiva.
Hoje o destino me trouxe até aqui, não sei o porquê, mas como não costumo questioná-lo, apenas o obedeci.
Vamos ver o que ele me reserva.
Essa sou eu, Anaiara lauria, conhecida como NahH. Prazer.
Minha frase? Gosto do que escreveu Carlos Drummond de Andrade:
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”
09/07/2013.
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Olhaaaa o meu BG *--*
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